A FOTO


2012-06-26

A FOTO no Expresso (dois comentários)

Gostava de fazer dois comentários ao texto de José Pedro Castanheira, que está no post anterior.


Primeiro:pelo menos na parte que me diz respeito, não me parece correcto dizer-se que o texto se refere «apenas de passagem e de forma dir-se-ia envergomhada, à militância comunista». O meu texto cobre apena o período de Agosto de 1959 a Outubro de 1965 e a minha militância no PCP iniciou-se em Outubro de 1964, tendo sido logo preso pouco tempo depois, em Janeiro de 1965. Por outro lado, o camarada através de quem estava ligado ao PCP deu, nessa altura, o salto para França, para evitar ser também preso. Pouco depois de ter siso posto em liberdade em Março de 1965, foi-me marcado um novo contacto com o PCP, mas o camarada com quem iria ter esse contacto foi preso um ou dois dia antes do nosso encontro. Um terceiro contacto com o PCP só veio a ter lugar mais tarde, já depois de ter acabado o curso de Engenharia: foi feito pelo Raimundo Narciso, tendo então ficado ligado à ARA (Acção Revolicionária Armada), em actividades de apoio, até ao 25 de Abril. Como se sabe, deixei de se membro do PCP em 1991 e de toda a minha militância comunista não há nada de que me tenha de envergonhar.


Segundo: face ao que acima digo, não vinha ao caso explicar «como foi possível a um comunista português obter, em plena Guerra Fria, um mestrado numa universidade dos EUA».
De qualquer forma, não há muito para explicar. Estive a fazer a pós graduação nos EUA entre Março de 1971 e Junho de 1972, no àmbito de um acordo entre o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) onde entâo trabalhava e a Colorado State University, o qual contou também com o apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Julgo que, nesse período, a PIDE não conhecia as minhas ligações ao PCP.

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